segunda-feira

Brasil fica no 88º lugar em ranking de educação da Unesco

Nunca é demais analisarmos as razões pelas quais o Brasil ainda não emplacou no Ensino Básico (Ensino Fundamental e Médio). Somos hoje uma das nações que tem destaque no mundo pelas questões econômicas. Integrantes da BRICS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul) que por questões de crescimento econômico nos colocam como emergentes. Durante a crise de 2008, fomos o último a entrar e o primeiro a sair. Agora, com a crise de volta, novamente o Brasil é colocado como o país que esta em condições de supervisionar sem tantos atropelos a referida crise econômica.

Porém, no quesito EDUCAÇÃO, a crise esta colocada. Nunca fomos pioneiros, nem tão pouco destaque. Só que com o crescimento existente não dá pra fazermos de conta que não temos problemas.

Hoje, no interior das Escolas públicas do ensino básico, o que encontramos é um quadro assustador. São alunos(as) que não acreditam na Escola e professores(as) querendo fugir dela. Pra quem vive no interior das Escolas esta realidade é muito concreta. Alunos e professores em um ponto se entendem:”os dois lados não suportam mais a estrutura que existe”.

O governo de Minas abriu inscrições para o próximo concurso público para o magistério. Teve que alongar as inscrições pois o número de inscritos foi tão pequeno que não dava para preencher as vagas. São poucos que ainda querem abraçar a causa da educação no universo da sala de aula. Até aparecem alguns, mas para o preenchimento dos cargos técnicos.

Certamente o salário é a principal peça que atrai trabalhadores. No magistério não é diferente. Hoje ganha-se mais como trabalhador da indústria, do comércio e do setor de tecnologia. A sala de aula, onde há um constante risco social, ninguém aceita optar pelo magistério, só por um salário bastante atrativo, o que ainda esta muito distante. Para conseguir o piso salarial do magistério(R$1.187,00), a categoria estadual em Minas teve que construir uma greve de 112 dias. Mesmo que o piso esteja estabelecido em lei o governo Anastasia se recusava a pagar. Após 112 dias de greve, com pressão da sociedade o tal governante (Anastasia) aceitou iniciar o pagamento do piso, mas só em janeiro de 2012.

Neste quadro, quem topa enfrentar uma sala de aula com tantos riscos sociais pra ganhar uma “tuta-e-meia”? No mundo capitalista, a vocação é importante, mas o salário é fundamental.

O Brasil manteve a mesma posição do ano passado e ficou no 88º lugar de 127 no ranking de educação feito pela Unesco, o braço da ONU para a cultura e educação. Com isso, o país fica entre os de nível "médio" de desenvolvimento na área, atrás de Argentina, Chile e até mesmo Equador e Bolívia.

A classificação foi feita a partir de um índice criado para medir o desempenho das nações em relação a metas de qualidade para 2015 estabelecidas na Conferência Mundial de Educação de Dacar, em 2000.

Entre os objetivos a serem atingidos estão ampliar a educação infantil, universalizar o ensino primário, combater as desigualdades de gênero na área e melhorar a qualidade.

Sem professores(as) as metas estarão distantes do planejado. A solução é garantir salários dignos para professores(as) e após o salário, exigir dos mesmos a qualidade tanto esperada pela população.Sem professores(as) não existirá jamais uma educação de qualidade.Mas sem salários dignos para os professores(as), o que fica é este quadro lamentável:88º lugar no ranking da educação no mundo.

Vereador Paulino Abranches

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Paulino Abranches.