A Campanha de Fraternidade 2012 tem como objetivo refletir sobre a realidade da saúde no Brasil, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobiliza por melhoria no sistema público de saúde.
Para Itajubá, esta Campanha vem em boa hora. Temos um quadro de insatisfação por parte dos usuários que constantemente clamam por melhores serviços e infraestrtura.
Recentemente trabalhei intensamente em uma investigação na área da saúde pública em Itajubá. O resultado não foi nada animador. As reclamações são as mesmas de sempre: não atendimento básico e falta de remédios. O pior é que desde 2010 a situação já foi apresentada pela Câmara Técnica do Conselho Municipal de Saúde, referendado pelo Relatório da GRS- Pouso Alegre e por fim pelo Relatório da Comissão Especial e Permanente de Saúde da Câmara Municipal de Itajubá.
Os principais pontos levantados no Relatório da Câmara Municipal de Itajubá são:
-Falta de qualidade nos serviços prestados e denúncias da estrutura arcaica;
-Desajuste no sistema;
-Indícios de descumprimento do horário de trabalho dos médicos;
-Horário de funcionamento dos PSFs/ESF não segue a mesma estrutura;
-Excesso de atividade burocrática;
-Falta de equipamento de proteção individual;
-Falta de treinamento e capacitação aos profissionais da saúde;
-Mobiliário obsoleto;
-Computadores desativados;
-Falta de alguns medicamentos da cesta básica/SUS;
-Inadequação no armazenamento de medicamentos;
-Distribuição de medicamentos por pessoas não habilitadas;
-Limpeza das Unidades é feita por agentes ou auxiliares de enfermagem;
-Ausência da vigilância sanitária nos postos de atendimento;
-Demora no atendimento de situações solicitadas pelos PSFs/ESF;
-Falta água potável, higienização no atendimento médico;
-Falta acessibilidade em prédios de atendimento, principalmente em PSFs/ESF;
-Inexistência de um planejamento organizacional;
-Falta de planejamento, de controle de estoque e distribuição dos medicamentos, gerando perdas em grande quantidade por conta do prazo de validade dos remédios;
-Demora na liberação de consultas e exames de especialidades;
-Funcionários com medo de perseguição se negam a contribuir com críticas e sugestões;
-Falta de um planejamento estratégico para solucionar problemas que permanecem há anos.
Neste triste quadro, torna-se necessário um esforço concentrado pelas autoridades e pela própria população para que a saúde seja de fato colocada como prioridade e como política pública de atendimento para que o acesso à assistência de saúde pública seja condizente com as necessidades e a dignidade humana.
Que nesta quaresma a reflexão, no campo da saúde pública em Itajubá, seja de fato um marco na nossa cidade para que possamos viver a fraternidade na área da saúde.
Vereador Paulino Abranches
