segunda-feira

O QUE MAIS FALTA FALAR DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL?

Lá se foi mais um dia dos professores. Novembro já é realidade.O fim do ano chegou. O ENEM já passou, mesmo com questões pontuadas ele encerrou o ano letivo de milhões de estudantes. Provas finais, exames, renovação de matrícula, reajuste das mensalidades, bolsas por renovar, situações pendentes para estudantes com dependência ,vestibulares tradicionais em andamento,PROUNI,SISU, FIÉS, etc. Mas fica a pergunta : ”E daí? Que mudanças esperam quem espera da educação uma mudança para o país?

Acredito que a educação vai mudar o país quando o conjunto dos profissionais da educação atingir a análise macro da sociedade. Conseguir atender as expectativas de uma sala de aula não tem mudado o quadro da educação básica no Brasil. Hoje o que existe é uma ação de bombeiros que só serve pra apagar incêndios. Não que os bombeiros não façam outra coisa. Eles são fundamentais para a sociedade. A importância é tão grande que os mesmos representam a parcela do setor público mais aceita pela sociedade. A Educação básica é reconhecida como importante, mas a sociedade, como um todo, admite que falta muito para a qualidade tão desejada por todos.

Quando o governo, mineiro ou itajubense, só desenvolve ações para cumprir o básico necessário estabelecido por lei, os mesmos não conseguem atingir uma visão panorâmica da educação. Milhares de estudantes passam pelo ensino básico mas não atingem um grau de destaque. Tudo fica no básico, nivelado por baixo e nunca criam expectativas nem para os professores e muito menos para os alunos. Esta é a diferença maior entre o ensino básico do universitário no Brasil. As Universidades Públicas e algumas particulares agregam valores científicos nivelando o ensino por cima. Os universitários correm atrás do conhecimento e encontram uma rede de cientistas a disposição dos mesmos. No ensino básico público, estudantes e profesores correm atrás daquilo que a sociedade já tem como instrumento normal da aprendizagem. A situação é tão caótica que as vezes o básico utilizado pela sociedade não é encontrado nas Escolas. Na Escola Pública básica, não existe nada fora da normalidade, até faltam instrumentos que a sociedade já domina. Ainda nós restam giz e quadro. Xerox por exemplo é algo raro, sem dizer computador, tablets, note boock , etc. E o pior, falta conhecido inovador. Tentam reproduzir o que já existe. A ousadia no trato pedagógico é algo inexistente. Os professores são abafados pelo sistema. Aqueles que tentam romper paradígmas são taxados de irresponsáveis e em desequilíbrio. O número dos que tentam ultrapassar barreiras é tão mínimo que, no geral, nem aparece. Esta semana um Professor de Educação Física estava tentando conseguir transporte para um grupo de alunos que foram descobertos pelo Minas Tênis no JEMG. O Estado não oferece. Se não for o Município os mesmos vão ficar na saudade. Ai vem a pergunta: Qual a função da Educação Física e do JEMG no ensino basico? Desenvolver jogos pra dizer que existem? O estudante disputa, vence, é convocado por uma entidade de destaque no esporte, mas o coitado não pode ir. Não existe infraestrutura para o mesmo sair do basicão.

Minas Gerais e Itajubá precisam buscar saídas para garantir uma política pública voltada para o Ensino Básico. Do contrário, só nos resta esperar oportunidades fora do sistema público de ensino.

Ainda existem professores(as) que acreditam na possibilidade de ultrapassar barreiras. Nunca é demais registrar a presença daqueles(as) que ficaram contra o sistema durante 112 dias e fizeram história no ano de 2011. Certamente se precisar os mesmos voltam a luta. Acreditam que a Educação tem o dever de transformar a sociedade. Estes professores(as) não acreditam na Escola pública básica que existe.

VEREADOR PAULINO ABRANCHES