Manifestação de professores no Ceará. A luta é também pelo Piso Nacional da Educação. 
O Comando de Greve de Minas Gerais se reúne no dia 08 de outubro para avaliar o movimento e o andamento dos trabalhos da comissão criada no final da greve.
Após 113 dias de greve na Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais as aulas retornam em uma aparente normalidade. O quadro de insatisfação continua. Os trabalhadores que permaneceram na luta sabem que a posição do governo mineiro (“DEMOTUCANOS”), é a todo custo desqualificar os milhares de professores(as) que não aceitaram passivamente as imposições do grupo Anastazistas. Foi uma greve de concepção. Não foi a toa que muitos não aderiram ao movimento. Era necessário entender a lógica do desmonte da estrutura estadual para estar na luta. Se o Brasil cresce, porque isto não chega na sala de aula? Por que ainda os professores(as) são considerados pelo Estado uma categoria menor? A educação pública básica não é prioridade do tucanato. Privatizar a educação é desqualificar para depois fechar com o aval da população.
Por outro lado, existe uma parcela da categoria que só obedece e se tornou há muito passiva dentro do processo. Esta parte, também não representa avanço, pois os resultados das avaliações sistêmicas pelo Brasil afora nos nivelam nas piores posições do mundo. Assim, aqueles que obedecem o sistema não reproduzem a qualidade do ensino. São os verdadeiros cordeiros que pastam em busca de gramas visando somente a sobrevivência. Os que lutam querem um mundo além da grama. Exigem qualidade a partir da sala de aula. Exigem respeito como trabalhadores. Quando os salários forem atraentes certamente milhares de jovens optarão pela carreira. O que temos hoje, são vagas disponíveis no mercado pra quem quiser chegar e instalar moradia. Basta preencher um formulário e pronto, torna-se um “professor substituto”. Nada de diplomas, nem licenciatura. Estou convivendo com este quadro. Durante a greve o governo anastazista substituiu os grevistas por novos professores. Para assumir minhas aulas, chegou uma senhora, não formada em nada. Profissionalmente ela é moto taxista. Só passou matéria no quadro, copiando literalmente do livro, sem explicações nenhuma. Quando existiu algumas perguntas feitas pelos alunos, a mesma respondeu erradamente. Tudo isto me foi relatado pelos alunos quando retornei ao trabalho com o encerramento da greve. Os próprios alunos ficaram revoltados com a qualidade da “senhora moto taxista”. Foi tão absurdo a realidade que não se contentando com uma substituição traidora, a mesma senhora distribuiu para alguns alunos sua propaganda de “moto girl”. Isto pode? Isto é a substituição para o bem dos alunos(as)? Tudo só na aparência.
E TÃO SIMPLES PERCEBER
ONDE ESTA A LIBERDADE.
E TÃO SIMPLES CONCEBER
A LÓGICA DA SOLIDARIEDADE.
O DIFÍCIL É ENTENDER
PORQUE AINDA PERGUNTAM
QUAL A RAZÃO DA GREVE
DA EDUCAÇÃO PÚBLICA BÁSICA
EM MINAS GERAIS.
VEREADOR PAULINO ABRANCHES
