domingo

Crescimento econômico só com inclusão social. Mas é preciso trazer a inclusão para a área da Saúde.


 O Brasil tem mostrado ao mundo que é possível crescer economicamente a partir de programas sociais que visam a inclusão. Acabou a época que governos brasileiros diziam que era necessário esperar o bolo crescer para depois dividi-lo, Hoje temos políticas públicas, ligadas a programas federais que garantem uma divisão das riquezas do país incluindo nestas divisões as populações de baixa renda. Isto só acontece a partir de ações governamentais. Para isto ser concretizado nos municípios é de fundamental importância que prefeitos entendam a lógica de políticas públicas. A população pobre não quer favor, mas sim oportunidades.
Em nossa cidade temos inúmeros casos, na área da saúde pública, onde a população não consegue entender que crescimento é este que o Brasil passa que nunca chega  em seus lares. São exames não liberados, consultas de especialidades que demoram quase um ano para se efetivar, remédios da cesta básica do SUS que quase sempre não existem nas farmácias públicas do município, atendimento ao paciente de forma nada profissional e humanizada, locais de atendimento nada parecido com um  posto de saúde, translado oferecido aos pacientes que precisam de tratamento fora de Itajubá são distantes de uma qualidade, quadro de médicos  só na esfera básica sem as especialidades  que o mundo médico possui, pronto socorro  concentrado em atendimentos básicos e não emergenciais pois não existe atendimento público nos ambulatórios municipais  após as 17 hs,  enfim, o caos na saúde pública do município não condiz com o crescimento econômico do país e nem tão pouco com a divisão  de riquezas anunciadas constantemente por institutos conceituados do mundo e do Brasil.
O Brasil Sem Miséria é uma fase posterior do programa Bolsa Família. É uma fase que vai além da transferência de renda. Ela representa a inclusão produtiva da população extremamente pobre e o acesso a serviços públicos. Neste campo, temos que nos empenhar para garantir o serviço de saúde com qualidade. Isto é possível se estivermos ligados diretamente aos programas do governo federal na área da saúde.
Em Itajubá, até parece que os programas de saúde, desenvolvidos pelo governo federal, não existem. São dezenas de programas que não chegaram em Itajubá. A razão é simples: a área da saúde pública de Itajubá não foi buscar tais programas. Eles existem, mas o município tem que dar sua contrapartida. É um absurdo presenciarmos a distribuição de seringas aos diabéticos e os mesmos serem orientados a reutilizá-las por até três vezes. O Brasil que cresceu não suporta mais estas atitudes. Qual o preço de uma seringa descartável? Qual o número de diabéticos em Itajubá? O município não teria condições econômicas de distribuir as tais seringas para que as mesmas fossem na lógica descartável?  Este é o Brasil que cresce em Itajubá?
Vereador Paulino Abranches