quarta-feira

“1964, O ANO QUE NÃO PODE SER ESQUECIDO”


Existe uma relação direta na forma e no conteúdo do Golpe Militar de 1964 com o crescimento das organizações sociais e políticas de esquerda no Brasil e no mundo.

31 de março de 1964 foi mais que um Golpe de Estado, foi a total destruição de um processo democrático que começava a caminhar. Ainda muito reduzido em meio a sociedade, mas eram movimentos que se somavam e, por tanto, tornavam-se mais ameaçadores aos ditos defensores da ordem capitalista nacional e internacional. Era a época da Guerra Fria. Tudo girava em função desta maquiavélica força internacional. Estados Unidos e União Soviética comandavam as forças políticas do mundo. Aqueles que tendiam para um lado ou para o outro, tinham que ter sustentação para seus anseios. Mas o mundo da juventude não suportava mais as trevas do poder. Queriam um mundo melhor, mais humano e com uma liberdade mais sólida. Por todo o mundo , movimentos de contestações surgiam. O fato mais visível foi o ano de 1968 quando em várias partes do mundo movimentos de contestações marcavam ruas e praças.






Passeata dos Cem Mil, como ficou conhecido o ato que reuniu uma multidão no Rio de Janeiro em 1968

Porém, no Brasil, o regime militar imposto em 1964 garantiu aos ricos e burgueses a continuidade do crescimento econômico que só serviu para produzir uma concentração de rendas. O Brasil vivia uma situação bastante conflitante. Éramos um país de estruturas de poder ainda rural, mas caminhava para o mundo urbano. Grande parte da população jovem urbana, principalmente da classe média, queria uma sociedade livre, justa, humana, solidária, com a universalização do ensino público, reforma no ensino médio, investimentos em pesquisa científica, reformas de base na estrutura política, limitação das remessas de lucros, reforma agrária e liberdade na essência da vida. Os partidos políticos, da época, não conseguiram fazer uma leitura deste quadro. Viviam ainda nas estruturas arcaicas de uma oligarquia latifundiária.

Desta forma, o que se viu nos “Anos de Chumbo” foi o terrorismo de Estado abocanhando vidas que só queriam o bem a partir da liberdade. Aos criminosos institucionalizados, (generais, torturadores, empresários, jornalistas,políticos,pelegos) nos resta dizer que não temos medo da verdade, pois com ela a sociedade vai definir os rumos do Brasil que vive hoje o que queriam os jovens e as lideranças da década de 60.

VEREADOR PAULINO ABRANCHES