segunda-feira

Neste território chamado Minas Gerais as coisas estão invertidas: o ilegal é protegido, e os que lutam pela legalidade são punidos pelos poderes ....


Diante do quadro apresentado, onde o Tribunal de Justiça de Minas Gerais de forma totalmente descabida, através do Desembargador Roney Oliveira anunciou que a categoria tem que retornar as atividades pois, segundo ele o movimento é abusivo.

Quero questionar este ato, que a meu ver, não representa nenhuma imparcialidade diante do quadro apresentado em Minas Gerais. Após 100 dias de greve, por uma causa legal (o governo de Minas não paga o Piso estabelecido por LEI) o desembargador nos acusa de responsáveis pelo prejuízo pedagógico na Rede Estadual de Ensino. Para qualquer professor(a) que participa do movimento é algo tão revoltante que parece até uma armação do próprio governo, articulado com o Ministério Público Estadual. É vergonhoso como as partes citadas ( governo e Ministério Público) se envolveram para tentar iludir a categoria e a sociedade. Mas de uma coisa eu tenho certeza, não vai ser este jurídico prostituído que vai nos calar. O que temos é uma causa que por vários anos lutamos para que virasse LEI. Por mais de 11 anos estivemos presentes nesta luta. Conquistamos o PISO e agora querem nos convencer que esta LEI não serve pra Minas Gerais. Todos que estão presentes na greve, nestes 100 dias, não suportam mais o peso do trabalho por um salário tão insignificante. É tudo ou nada. Sabíamos das dificuldades que iríamos enfrentar com o “tucanato” mineiro. Mas temos garra pra continuarmos até a vitória tão esperada. O que queremos é o PISO SALARIAL estabelecido na Lei 11.738. O ano letivo não é de responsabilidade só nossa, não somos os gestores do sistema. A greve é uma luta contra o sistema que nos envolve. Não vai ser uma decisão judicial que vai nos levar de volta pra sala de aula. Somos conscientes do quadro, mas queremos também mostrar pra sociedade que não existe professores sobrando no mercado. Quero aqui citar o caso das substituições já ocorridas com turmas do 3º ano do Ensino Médio. Fui substituído por uma suposta professora. Ela não tem nenhuma faculdade de licenciatura, não é formada em nada. Profissionalmente é moto taxista, também conhecida como moto girl. Isto pode? Isto é permitido? A qualidade que esta sendo oferecida, por eu estar em greve justifica uma desqualificada ministrando aula em meu lugar? O que ela faz é só passar um texto no quadro, o mesmo que esta no livro que todos os alunos possuem. Isto é ser professora? Não é esta realidade que queremos para nossas escolas. Só que para ter qualidade tem que existir salário. Para uma moto girl o que se paga é melhor do que a mesma tira levando e trazendo pessoas em sua moto. Mas ser professor é muito diferente. Quero ver se o governo vai conseguir contratar 12 mil professores com títulos de licenciatura. Se for qualquer um, ai sim existem no mercado outros tantos “moto boys”. Com todo respeito que sempre tive em relação aos moto boys, mas dar aula é muito diferente. Isto pode senhor desembargador? Isto pode Senhor Governador? Isto pode Senhora Superintendente? No fundo o que querem é simplesmente que possamos obedecer a loucura de governantes Anastazistas que defendem o fim da Escola Pública Mineira. De todos(as) os que estão nos lugares de professores(as) grevistas quantos são licenciados para o ensino básico? Por que a Superintendência não publica esta realidade? Depois nos acusam de abusivos. É só pagar o Piso que voltamos pra Escola.

IMAGENS DOS BRAVOS GUERREIROS(AS) NA LUTA POR UM PISO SALARIAL

VEREADOR PAULINO ABRANCHES