segunda-feira

EGITO, UMA PASSAGEM PARA A LIBERDADE?

O mundo assistiu com entusiasmo as manifestações no Egito. Os meios de comunicações passaram a transmitir imagens que garantiu mais consistência ao movimento reivindicatório. Ninguém poderia imaginar que tais manifestações levariam a queda do ditador Mubarak, talvez nem o próprio governo norte-americano acreditava na queda do ditador, isto porque a mídia internacional, sob tutela norte-americana sempre deu cobertura aos atos de Mubarak. Afinal, ele sempre foi parceiro dos Estados Unidos. Neste momento, resta saber que grupo vai assumir o governo após a transição militar instalada após a “renúncia” de Mubarak.

Vários grupos políticos internacionais estão na mira do futuro e novo governo. É ingenuidade de nossa parte achar que o governo dos Estados Unidos vai permitir que a transição seja feita de forma autônoma e independente. Junto dos Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita tornam-se acirrados e comprometidos com a nova estrutura de governo que esta por vir no Egito. Por outro lado, Irã, Líbano, Autoridade Palestina, juntamente com os movimentos fundamentalistas islâmicos que existem no Oriente Médio se unem de forma consistente, pois garantir um governo egípcio aliado de seus interesses é fundamental na caminhada islâmica da região.

O ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder, ao renunciar nesta sexta-feira 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias da maior crise política do Egito das últimas décadas, com centenas de milhares de egípcios nas ruas pedindo por sua queda, retratou que o mundo no Oriente Médio não esta mais para ações descabidas. Seria só um resultado de uma crise econômica instalada no mundo a partir de outubro de 2008? Ou será que de fato um novo ambiente no mundo esta permitindo novas relações políticas? O fim da ditadura egípcia vem menos de um mês após a queda do governo autoritário da Tunísia ser derrubado pela “Revolução do Jasmim”, que levou uma onda de protesto no mundo árabe.

Nos dias que se seguiram, países como Mauritânia, Iêmen, Jordânia e Argélia registraram casos de protestos exigindo a queda de seus respectivos governantes e reformas imediatas. Não foi só no Egito que os protestos existiram. Obviamente o Egito possui uma importância geopolítica maior e portanto conseguiu mídia internacional.

O que fica é o quadro que ainda esta por vir: “situações conflitantes no mundo africano e no Oriente Médio”. Neste momento, a ação norte-americana esta pra ser testada. Até que ponto os ianques vão conseguir controlar aquilo que eles mesmos criaram? O Império não é mais o mesmo? A internet tornou-se uma arma contra seus criadores? O islamismo conseguirá ganhar novos espaços? O Oriente Médio seguirá por novos caminhos??????

Tantas perguntas para um 2011 que promete.

Vereador Paulino Abranches